domingo, 7 de setembro de 2008

Cultura Nordestina


Danças e Festas

Cavalhada
Em 1584 o folguedo começou a ser encenado no Brasil. O padre Fernão Cardim descreveu um casamento no sertão de Pernambuco em que ocorreram "jogos de argolinha". Tal jogo é um dos momentos básicos das cavalhadas, quando os cavaleiros disputam com lanças argolinhas que ficam presas em traves e, depois, as oferecem a uma pessoa estimada na platéia. O grande momento da festa, contudo, é o duelo. Num grande campo de batalha, 12 cavaleiros vestidos de azul - a cor que representa o cristianismo - postam-se do lado do sol poente e enfrentam 12 cavaleiros mouros vestidos de vermelho, que ficam encastelados no lado do sol nascente.

O evento incorporou-se ao folclore nordestino pela literatura de cordel e pelas canções dos repentistas. No sertão pernambucano, onde apareceu pela primeira vez, as cavalhadas ganharam uma interessante versão na cidade de São José do Belmonte. Por volta de 1830, depois de sonhar com dom Sebastião, rei português que sumiu na África no século 16, o sertanejo João Antônio dos Santos fundou um movimento messiânico que culminou na morte de 80 pessoas. A tragédia foi usada pelo escritor Ariano Suassuna para compor o Romance d'a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, em que relata as cavalhadas que admirava na cidade de sua infância, Taperoá, na Paraíba. Inspirados na obra, moradores de Belmonte fundaram uma associação cultural que organiza a festa local.

Nenhum comentário:

BuscaPé, líder em comparação de preços na América Latina