terça-feira, 9 de setembro de 2008

Cultura Nordestina


Folclore

Folclore, palavra de origem inglesa que significa sabedoria do povo, é o estudo das tradições populares: brincadeiras de roda e jogos infantis, comidas típicas, ditos, provérbios e crendices, danças e festejos populares, como o frevo pernambucano e o bumba-meu-boi do Maranhão, tudo que o povo inventa, que não tem criação individual.
Com o progresso, muitas tradições vão morrendo: as crianças, por exemplo, ignoram muitos dos brinquedos de antigamente e as serenatas, que vieram da Europa com os portugueses, desapareceram das grandes cidades. Hoje, para ouvi-las, tem-se que ir a Ouro Preto, a cidade mineira dos velhos sobrados. O governo, porém, procura preservar o folclore por interesse cultural e econômico, pois ele promove o turismo; é o que justifica o apoio oficial dado ao carnaval de várias cidades, como Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, etc.
O mais folclórico dos carnavais brasileiros é o pernambucano, com forte influência africana e indígena. Nas ruas de Recife e Olinda, o povo dança o frevo, de ritmo contagiante, que freve ou ferve. Muitos acreditam que o frevo nasceu da capoeira, a luta africana que no Brasil virou dança.
O maracatu também aparece no carnaval pernambucano com reis, príncipes e embaixadores vestidos com fantasias de luxo. Foi na origem um cortejo religioso: nas portas das igrejas eram coroados reis e rainhas de escravos. Muitas vezes eram soberanos de verdade, pois houve reis africanos que foram aprisionados em sua terra e vieram para o Brasil na condição de escravo.
Ainda no carnaval de Pernambuco aparecem os caboclinhos, grupos fantasiados de índios, que lembram a velha dança dos curumins. Nas ruas e em rápidos movimentos, os caboclinhos levantam-se ou abaixam-se, avançam ou recuam, como se estivessem no ataque ou na defesa.
Das tradições de origem portuguesa, os festejos juninos ou de junho são os mais propagados pelo Brasil, principalmente no Nordeste.
Embora sejam em louvor de São João, Santo Antônio e São Pedro, os festejos juninos são muito remotos, anteriores mesmo à formação do cristianismo. É que no Hemisfério Norte o 24 de junho (dia de São João) é também a entrada do verão. Por ser o início da época das colheitas, os lavradores comemoravam a data com fogueiras, e para afastar os maus espíritos, causadores de pragas e doenças nas plantas e nos animais, davam tiros, costume que se converteu nos fogos de São João.
Aos festejos juninos veio juntar-se, curiosamente, uma tradição de origem diversa, vinda da França: é a quadrilha, que já foi dança aristocrática, mesmo no Brasil, dançada pelos nobres no tempo do Império.

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